O presente artigo busca compreender como os repertórios midiáticos endereçados aos
públicos infantis participam na constituição do imaginário da cultura de massa, pelo
qual a linguagem do desenho animado tem desfrutado de uma centralidade no cenário
globalizado, a partir das matrizes culturais e dos mitos que o povoam e o delineiam.
Realizando aproximações conceituais entre cultura de massa e imaginário infantil, a
análise visa oferecer subsídios para educar crianças para/sobre, com e através das
mídias, por meio de uma perspectiva educacional transformadora, crítica e cidadã. A
metodologia utilizada parte de um levantamento teórico-conceitual sobre clássicos da
cultura de massa (MORIN, 1975; ECO, 1970) e do mito (ELIADE, 2016; BARTHES,
1989) e na medida em que traz elementos para compreender esta relação remete, por
sua vez, à forma como o imaginário infantil é constituído. Dialoga com autores da
mídia-educação (FANTIN, 2006; BUCKINGHAM, 2013) no sentido de ampliar as
possibilidades de reflexão crítica e de usos das mídias na escola, espaço privilegiado
de constituição de coletivos infantis e, portanto, de mediação cultural. Tais análises
apontam que a cultura de massa apresenta uma inerente contrariedade, com
características apocalípticas e integradoras simultaneamente, mesmo nos dias atuais,
as quais compõem significativamente e garantem inteligibilidade à cultura da infância
na contemporaneidade. O artigo, a partir das reflexões sobre a complexa relação entre
mito, narrativa e imaginário infantil, apresenta nas considerações finais inúmeras
possibilidades de usos dos desenhos animados, ao discorrer sobre as possibilidades
da mediação pedagógica com vistas à qualificação e à promoção de uma recepção e
imaginação infantil mais crítica, diversificada e participativa.
ISSN 1982-7199|DOI: http://dx.doi.org/10.14244/198271993772 | Revista Eletrônica de Educação, v. 14, 1-18, e3772015, jan./dez. 2020http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/3772/970
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