sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Desenho animado e imaginário infantil de massa: narrativas, mito e mídias na mediação escolar (Juliane Di Paula Queiroz Odinino e Gustavo José Assunção de Souza)

O presente artigo busca compreender como os repertórios midiáticos endereçados aos públicos infantis participam na constituição do imaginário da cultura de massa, pelo qual a linguagem do desenho animado tem desfrutado de uma centralidade no cenário globalizado, a partir das matrizes culturais e dos mitos que o povoam e o delineiam. Realizando aproximações conceituais entre cultura de massa e imaginário infantil, a análise visa oferecer subsídios para educar crianças para/sobre, com e através das mídias, por meio de uma perspectiva educacional transformadora, crítica e cidadã. A metodologia utilizada parte de um levantamento teórico-conceitual sobre clássicos da cultura de massa (MORIN, 1975; ECO, 1970) e do mito (ELIADE, 2016; BARTHES, 1989) e na medida em que traz elementos para compreender esta relação remete, por sua vez, à forma como o imaginário infantil é constituído. Dialoga com autores da mídia-educação (FANTIN, 2006; BUCKINGHAM, 2013) no sentido de ampliar as possibilidades de reflexão crítica e de usos das mídias na escola, espaço privilegiado de constituição de coletivos infantis e, portanto, de mediação cultural. Tais análises apontam que a cultura de massa apresenta uma inerente contrariedade, com características apocalípticas e integradoras simultaneamente, mesmo nos dias atuais, as quais compõem significativamente e garantem inteligibilidade à cultura da infância na contemporaneidade. O artigo, a partir das reflexões sobre a complexa relação entre mito, narrativa e imaginário infantil, apresenta nas considerações finais inúmeras possibilidades de usos dos desenhos animados, ao discorrer sobre as possibilidades da mediação pedagógica com vistas à qualificação e à promoção de uma recepção e imaginação infantil mais crítica, diversificada e participativa.

ISSN 1982-7199|DOI: http://dx.doi.org/10.14244/198271993772 | Revista Eletrônica de Educação, v. 14, 1-18, e3772015, jan./dez. 2020http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/3772/970

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Resenha: BORRI-ANADON, Corina; GONÇALVES, Gustavo; HIRSCH, Sivane; ODININO, Juliane di Paula Q. (Orgs.). La formation des éducateurs en contexte de diversité: une perspective comparative Québec-Brésil. USA: Deep Education A Press, 2018


Resenha produzida por Monica Rahme1 (Universidade Federal de Minas Gerais)

https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/periferia/article/view/43389/30883

O livro "A formação de professores em contexto de diversidade étnicocultural: uma perspectiva comparativa Québec-Brasil (tradução livre do título original: La formation des éducateurs en contexte de diversité: une perspective comparative Québec-Brésil)" se configura como uma importante contribuição para a discussão da questão da diversidade e das desigualdades no campo da educação e, mais especificamente, nos processos de formação docente.
Organizada por um grupo de professoras(es) pesquisadoras(es) canadenses e brasileiras(os), a coletânea sistematiza trabalhos de autoras(es) da província de Québec e de regiões brasileiras, envolvidas(os) na pesquisa sobre o tema. O livro é dividido em cinco partes, iniciando-se pela apresentação de uma análise da interface diversidade-educação nos dois contextos. Em seguida, são pontuadas as marcações que constituem e diferenciam as noções de interculturalidade e inclusão, para, em um terceiro momento, problematizar os efeitos das políticas públicas adotadas nos dois países nesse âmbito, sua incidência na construção das representações sobre o tema pelos diferentes profissionais que atuam na escola, bem como os movimentos de presença e ausência dessas discussões no cotidiano escolar, na produção de material didático e nos processos de formação dos profissionais. Os capítulos que compõem a quarta parte da coletânea sistematizam experiências específicas de práticas formativas que focalizam a diversidade religiosa e a formação de educadores indígenas. Na quinta e última parte, os dois textos que finalizam a publicação evidenciam a necessidade de projetos formativos que considerem a interseccionalidade e a interdisciplinaridade na abordagem das temáticas que marcam as desigualdades, apostando, para tanto, na transformação e reformulação dos tempos e espaços que assentam a experiência escolar; na flexibilização dos saberes teórico-práticos; na formulação de processos formativos que considerem a dimensão ética e moral. Os capítulos que compõem a coletânea expressam três dimensões de apreensão da discussão sobre a diversidade na formação de professores. Primeiramente, a diversidade como um objeto de estudo, investigada a partir de diferentes marcadores teóricos. Uma segunda perspectiva, que a articula a grupos sociais minorizados. E, por fim, a diversidade entendida como finalidade de um dispositivo formativo para a pesquisa e para a implementação de práticas de equidade e de transformação social.